Grego,
hebraico e aramaico foram os idiomas utilizados para escrever os originais das
Escrituras Sagradas. O Antigo Testamento foi escrito em hebraico. Apenas
alguns poucos textos foram escritos em aramaico. O Novo
Testamento foi escrito originalmente em grego, que era a língua mais utilizada
na época.
Os
originais da Bíblia são a base para a elaboração de uma tradução confiável das
Escrituras. Porém, não existe nenhuma versão original de manuscrito da Bíblia,
mas sim cópias de cópias de cópias. Todos os autógrafos, isto é, os livros
originais, como foram escritos pelos seus autores, se perderam. As edições do
Antigo Testamento hebraico e do Novo Testamento grego se baseiam nas melhores e
mais antigas cópias que existem e que foram encontradas graças às descobertas
arqueológicas.
Para
a tradução do Antigo Testamento, a Comissão de Tradução da SBB usa a Bíblia
Stuttgartensia, publicada pela Sociedade Bíblica Alemã. Já para o Novo
Testamento é utilizado The Greek New Testament, editado pelas Sociedades
Bíblicas Unidas. Essas são as melhores edições dos textos hebraicos e gregos
que existem hoje, disponíveis para tradutores.
O ANTIGO
TESTAMENTO EM HEBRAICO
Muitos
séculos antes de Cristo, escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas do povo
hebreu mantiveram registros de sua história e de seu relacionamento com Deus.
Estes registros tinham grande significado e importância em suas vidas e, por
isso, foram copiados muitas e muitas vezes e passados de geração em geração.
Com
o passar do tempo, esses relatos sagrados foram reunidos em coleções conhecidas
por A Lei, Os Profetas e As Escrituras. Esses três grandes conjuntos de livros,
em especial o terceiro, não foram finalizados antes do Concílio Judaico de
Jamnia, que ocorreu por volta de 95 d.C. A Lei continha os primeiros cinco
livros da nossa Bíblia. Já Os Profetas, incluíam Isaías, Jeremias, Ezequiel, os
Doze Profetas Menores, Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis. E As
Escrituras reuniam o grande livro de poesia, os Salmos, além de Provérbios, Jó,
Ester, Cantares de Salomão, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Daniel, Esdras,
Neemias e 1 e 2 Crônicas.
Os
livros do Antigo Testamento foram escritos em longos pergaminhos confeccionados
em pele de cabra e copiados cuidadosamente pelos escribas. Geralmente, cada um
desses livros era escrito em um pergaminho separado, embora A Lei
freqüentemente fosse copiada em dois grandes pergaminhos. O texto era escrito
em hebraico - da direita para a esquerda - e, apenas alguns capítulos, em dialeto
aramaico.
Hoje
se tem conhecimento de que o pergaminho de Isaías é o mais remoto trecho do
Antigo Testamento em
hebraico. Estima-se que foi escrito durante o Século II a.C.
e se assemelha muito ao pergaminho utilizado por Jesus na Sinagoga, em Nazaré. Foi descoberto
em 1947, juntamente com outros documentos em uma caverna próxima ao Mar Morto.
O NOVO
TESTAMENTO EM GREGO
Os
primeiros manuscritos do Novo Testamento que chegaram até nós são algumas das
cartas do Apóstolo Paulo destinadas a pequenos grupos de pessoas de diversos
povoados que acreditavam no Evangelho por ele pregado.
A
formação desses grupos marca o início da igreja cristã. As cartas de Paulo eram
recebidas e preservadas com todo o cuidado. Não tardou para que esses
manuscritos fossem solicitados por outras pessoas. Dessa forma, começaram a ser
largamente copiados e as cartas de Paulo passaram a ter grande circulação.
A
necessidade de ensinar novos convertidos e o desejo de relatar o testemunho dos
primeiros discípulos em relação à vida e aos ensinamentos de Cristo resultaram
na escrita dos Evangelhos que, na medida em que as igrejas cresciam e se
espalhavam, passaram a ser muito solicitados. Outras cartas, exortações,
sermões e manuscritos cristãos similares também começaram a circular.
O
mais antigo fragmento do Novo Testamento hoje conhecido é um pequeno pedaço de
papiro escrito no início do Século II d.C. Nele estão contidas algumas palavras
de João 18.31-33, além de outras referentes aos versículos 37 e 38. Nos últimos
cem anos descobriu-se uma quantidade considerável de papiros contendo o Novo
Testamento e o texto em grego do Antigo Testamento.
OUTROS
MANUSCRITOS
Além
dos livros que compõem o nosso atual Novo Testamento, havia outros que
circularam nos primeiros séculos da era cristã, como as Cartas de Clemente, o
Evangelho de Pedro, o Pastor de Hermas, e o Didache (ou Ensinamento dos Doze
Apóstolos). Durante muitos anos, embora os evangelhos e as cartas de Paulo
fossem aceitos de forma geral, não foi feita nenhuma tentativa de determinar
quais dos muitos manuscritos eram realmente autorizados. Entretanto,
gradualmente, o julgamento das igrejas, orientado pelo Espírito de Deus, reuniu
a coleção das Escrituras que constituíam um relato mais fiel sobre a vida e
ensinamentos de Jesus. No Século IV d.C. foi estabelecido entre os concílios
das igrejas um acordo comum e o Novo Testamento foi constituído.
Os
dois manuscritos mais antigos da Bíblia em grego podem ter sido escritos
naquela ocasião - o grande Codex Sinaiticus e o Codex Vaticanus. Estes dois
inestimáveis manuscritos contêm quase a totalidade da Bíblia em grego. Ao todo temos
aproximadamente vinte manuscritos do Novo Testamento escritos nos primeiros
cinco séculos.
Quando
Teodósio proclamou e impôs o cristianismo como única religião oficial no
Império Romano no final do Século IV, surgiu uma demanda nova e mais ampla por
boas cópias de livros do Novo Testamento. É possível que o grande historiador
Eusébio de Cesaréia (263 - 340) tenha conseguido demonstrar ao imperador o quanto
os livros dos cristãos já estavam danificados e usados, porque o imperador
encomendou 50 cópias para as igrejas de Constantinopla. Provavelmente, esta
tenha sido a primeira vez que o Antigo e o Novo Testamentos foram apresentados
em um único volume, agora denominado Bíblia.
HISTÓRIA
DAS TRADUÇÕES
A
Bíblia - O livro mais lido, traduzido e distribuído do mundo , desde as suas
origens, foi considerada sagrada e de grande importância. E, como tal, deveria
ser conhecida e compreendida por toda a humanidade. A necessidade de difundir
seus ensinamentos através dos tempos e entre os mais variados povos, resultou
em inúmeras traduções para os mais variados idiomas e dialetos. Hoje é possível
encontrar a Bíblia, completa ou em porções, em mais de 2.000 línguas diferentes.
Estima-se que a primeira tradução foi elaborada entre
Denominada
Septuaginta (ou Tradução dos Setenta), esta primeira tradução foi realizada por
70 sábios e contém sete livros que não fazem parte da coleção hebraica; pois
não estavam incluídos quando o cânon (ou lista oficial) do Antigo Testamento
foi estabelecido por exegetas israelitas no final do Século I d.C. A igreja primitiva
geralmente incluía tais livros em sua Bíblia. Eles são chamados apócrifos ou
deuterocanônicos e encontram-se presentes nas Bíblias de algumas igrejas.
Esta
tradução do Antigo Testamento foi utilizada em sinagogas de todas as regiões do
Mediterrâneo e representou um instrumento fundamental nos esforços empreendidos
pelos primeiros discípulos de Jesus na propagação dos ensinamentos de Deus.
OUTRAS
TRADUÇÕES
Outras
traduções começaram a ser realizadas por cristãos novos nas línguas copta
(Egito), etíope (Etiópia), siríaca (norte da Palestina) e em latim - a mais
importante de todas as línguas pela sua ampla utilização no Ocidente.
Por
haver tantas versões parciais e insatisfatórias em latim, no ano 382 d.C, o
bispo de Roma nomeou o grande exegeta Jerônimo para fazer uma tradução oficial
das Escrituras.
Com
o objetivo de realizar uma tradução de qualidade e fiel aos originais, Jerônimo
foi à Palestina, onde viveu durante 20 anos. Estudou hebraico com rabinos
famosos e examinou todos os manuscritos que conseguiu localizar. Sua tradução
tornou-se conhecida como "Vulgata", ou seja, escrita na língua de
pessoas comuns ("vulgus"). Embora não tenha sido imediatamente
aceita, tornou-se o texto oficial do cristianismo ocidental. Neste formato, a
Bíblia difundiu-se por todas as regiões do Mediterrâneo, alcançando até o Norte
da Europa.
Na
Europa, os cristãos entraram em conflito com os invasores godos e hunos, que
destruíram uma grande parte da civilização romana. Em mosteiros, nos quais
alguns homens se refugiaram da turbulência causada por guerras constantes, o
texto bíblico foi preservado por muitos séculos, especialmente a Bíblia em
latim na versão de Jerônimo.
Não
se sabe quando e como a Bíblia chegou até as Ilhas Britânicas. Missionários
levaram o evangelho para Irlanda, Escócia e Inglaterra, e não há dúvida de que
havia cristãos nos exércitos romanos que lá estiveram no segundo e terceiro
séculos. Provavelmente a tradução mais antiga na língua do povo desta região é
a do Venerável Bede. Relata-se que, no momento de sua morte, em 735, ele estava
ditando uma tradução do Evangelho de João; entretanto, nenhuma de suas
traduções chegou até nós. Aos poucos as traduções de passagens e de livros
inteiros foram surgindo.
AS
PRIMEIRAS ESCRITURAS IMPRESSAS
Na
Alemanha, em meados do Século 15, um ourives chamado Johannes Gutemberg
desenvolveu a arte de fundir tipos metálicos móveis. O primeiro livro de grande
porte produzido por sua prensa foi a Bíblia em latim. Cópias
impressas decoradas a mão passaram a competir com os mais belos manuscritos.
Esta nova arte foi utilizada para imprimir Bíblias em seis línguas antes de
1500 - alemão, italiano, francês, tcheco, holandês e catalão; e em outras seis
línguas até meados do século 16 - espanhol, dinamarquês, inglês, sueco, húngaro,
islandês, polonês e finlandês.
Finalmente
as Escrituras realmente podiam ser lidas na língua destes povos. Mas essas
traduções ainda estavam vinculadas ao texto em latim. No início do
século 16, manuscritos de textos em grego e hebraico, preservados nas igrejas
orientais, começaram a chegar à Europa ocidental. Havia pessoas eruditas que
podiam auxiliar os sacerdotes ocidentais a ler e apreciar tais manuscritos.
Uma
pessoa de grande destaque durante este novo período de estudo e aprendizado foi
Erasmo de Roterdã. Ele passou alguns anos atuando como professor na
Universidade de Cambridge, Inglaterra. Em 1516, sua edição do Novo Testamento
em grego foi publicada com seu próprio paralelo da tradução em latim. Assim , pela
primeira vez estudiosos da Europa ocidental puderam ter acesso ao Novo
Testamento na língua original, embora, infelizmente, os manuscritos fornecidos
a Erasmo fossem de origem relativamente recente e, portanto, não eram
completamente confiáveis.
DESCOBERTAS
ARQUEOLÓGICAS
Várias
foram as descobertas arqueológicas que proporcionaram o melhor entendimento das
Escrituras Sagradas. Os manuscritos mais antigos que existem de trechos do
Antigo Testamento datam de 850 d.C. Existem, porém, partes menores bem mais
antigas como o Papiro Nash do segundo século da era cristã. Mas sem dúvida a
maior descoberta ocorreu em 1947, quando um pastor beduíno, que buscava uma
cabra perdida de seu rebanho, encontrou por acaso os Manuscritos do Mar Morto,
na região de Jericó.
Durante
nove anos vários documentos foram encontrados nas cavernas de Qumrân, no Mar
Morto, constituindo-se nos mais antigos fragmentos da Bíblia hebraica que se
têm notícias. Escondidos ali pela tribo judaica dos essênios no Século I, nos
800 pergaminhos, escritos entre 250
a .C. a 100 d.C., aparecem comentários teológicos e
descrições da vida religiosa deste povo, revelando aspectos até então
considerados exclusivos do cristianismo.
Estes
documentos tiveram grande impacto na visão da Bíblia, pois fornecem espantosa
confirmação da fidelidade dos textos massoréticos aos originais. O estudo da
cerâmica dos jarros e a datação por carbono 14 estabelecem que os documentos
foram produzidos entre 168 a .C.
e 233 d.C. Destaca-se, entre estes documentos, uma cópia quase completa do
livro de Isaías, feita cerca de cem anos antes do nascimento de Cristo.
Especialistas compararam o texto dessa cópia com o texto-padrão do Antigo
Testamento hebraico (o manuscrito chamado Codex Leningradense, de 1008 d.C.) e
descobriram que as diferenças entre ambos eram mínimas.
Outros
manuscritos também foram encontrados neste mesmo local, como o do profeta
Isaías, fragmentos de um texto do profeta Samuel, textos de profetas menores,
parte do livro de Levítico e um targum (paráfrase) de Jó.
As
descobertas arqueológicas, como a dos manuscritos do Mar Morto e outras mais
recentes, continuam a fornecer novos dados aos tradutores da Bíblia. Elas têm
ajudado a resolver várias questões a respeito de palavras e termos hebraicos e
gregos, cujo sentido não era absolutamente claro. Antes disso, os tradutores se
baseavam em manuscritos mais "novos", ou seja, em cópias produzidas
em datas mais distantes da origem dos textos bíblicos.
ORIGEM DO
DIA DA BÍBLIA
O
Dia da Bíblia surgiu em 1549, na Grã-Bretanha, quando o Bispo Cranmer, incluiu
no livro de orações do Rei Eduardo VI um dia especial para que a população
intercedesse em favor da leitura do Livro Sagrado. A data escolhida foi o
segundo domingo do Advento - celebrado nos quatro domingos que antecedem o
Natal. Foi assim que o segundo domingo de dezembro tornou-se o Dia da Bíblia.
No Brasil, o Dia da Bíblia passou a ser celebrado em 1850, com a chegada, da
Europa e dos Estados Unidos, dos primeiros missionários evangélicos que aqui
vieram semear a Palavra de Deus.
Durante
o período do Império, a liberdade religiosa aos cultos protestantes era muito
restrita, o que impedia que se manifestassem publicamente. Por volta de 1880,
esta situação foi se modificando e o movimento evangélico, juntamente com o Dia
da Bíblia, se popularizando.
Pouco
a pouco, as diversas denominações evangélicas institucionalizaram a tradição do
Dia da Bíblia, que ganhou ainda mais força com a fundação da Sociedade Bíblica
do Brasil, em junho de 1948. Em dezembro deste mesmo ano, houve uma das
primeiras manifestações públicas do Dia da Bíblia, em São Paulo , no Monumento
do Ipiranga.
Hoje,
o dia dedicado às Escrituras Sagradas é comemorado em cerca de 60 países, sendo
que em alguns, a data é celebrada no segundo Domingo de setembro, numa
referência ao trabalho do tradutor Jerônimo, na Vulgata, conhecida tradução da
Bíblia para o latim. As comemorações do segundo domingo de dezembro mobilizam
todos os anos, milhões de cristãos em todo o País.
A BÍBLIA EM
PORTUGUÊS
História
Os mais antigos registros de tradução de trechos da Bíblia para o
português datam do final do século XV. Porém, centenas de anos se passaram até
que a primeira versão completa estivesse disponível em três volumes, em 1753.
Trata-se da tradução de João Ferreira de Almeida. A primeira impressão da
Bíblia completa em português, em um único volume, aconteceu em Londres, em
1819, também na versão de Almeida. Veja a seguir a cronologia das principais
traduções da Bíblia completa publicadas na língua portuguesa.
Traduções da Bíblia
1753 - Publicação da tradução
de João Ferreira de Almeida, em três volumes.
1790 - Versão de Figueiredo -
elaborada a partir da Vulgata pelo Padre católico Antônio Pereira de
Figueiredo, publicada em sete volumes, depois de 18 anos de trabalho.
1819 - Primeira impressão da Bíblia completa em português, em um único
volume. Tradução de João Ferreira de Almeida.
1898 - Revisão da versão de
João Ferreira de Almeida, que recebeu o nome de Revista e Corrigida. A tradução
de Almeida foi trazida para o Brasil pela Sociedade Bíblica Britânica e
Estrangeira, em data anterior à fundação da SBB. Naquela época, a tradução de
Almeida foi entregue a uma comissão de tradutores brasileiros, que foram
incumbidos de tirar os lusitanismos do texto, dando a ele uma feição mais
brasileira.
1917 - Versão Brasileira. Elaborada a partir dos originais, foi
produzida durante 15 anos por uma comissão de especialistas e sob a consultoria
de alguns ilustres brasileiros. Entre eles: Rui Barbosa, José Veríssimo e
Heráclito Graça.
1932 - Versão de Matos Soares,
elaborada em Portugal.
1956 - Versão Revista e
Atualizada, elaborada pela Sociedade Bíblica do Brasil. Quando em 1948, a SBB foi fundada,
uma nova revisão de Almeida, independente da Revista e Corrigida, foi
encomendada a outra equipe de tradutores brasileiros. O resultado desse novo
trabalho, publicado em 1956, é o que hoje conhecemos como a versão Revista e
Atualizada.
1959 - Versão dos Monges Beneditinos. Elaborada a partir dos originais
para o francês, na Bélgica, e traduzida do francês para o português.
1968 - Versão dos Padres
Capuchinhos. Elaborada no Brasil, a partir dos originais, para o português.
1988 - Bíblia na Linguagem de
Hoje. Elaborada no Brasil, pela Comissão de Tradução da SBB, a partir dos
originais.
1993 - 2a Edição da versão Revista e Atualizada, de Almeida, elaborada
pela SBB.
1995 - 2a Edição da versão
Revista e Corrigida, de Almeida, elaborada pela SBB.
2000 - Nova Tradução na
Linguagem de Hoje. Elaborada pela Comissão de Tradução da SBB
Países Lusófonos
Os países lusófonos são aqueles que tem o português como idioma
comum. Trata-se de uma grande comunidade constituída por mais de 200 milhões de
pessoas espalhadas nos mais diversos continentes, que faz com que o português
seja a quinta língua mais falada em todo o mundo. Brasil, Portugal, Angola,
Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Goa, Timor Leste e
Macau são as nações que integram a Comunidade Lusófona.
Desde 1998, a
Sociedade Bíblica do Brasil vem estabelecendo um programa permanente de
cooperação com as Sociedades Bíblicas Lusófonas com o objetivo de desenvolver
projetos editoriais em torno das Escrituras Sagradas que beneficiem essa
numerosa parcela da população mundial
Além do desenvolvimento de literatura específica para os países de
língua portuguesa, a SBB tem procurado levar as Escrituras Sagradas aos
brasileiros que residem no exterior - um público estimado hoje em 1,9 milhão de
pessoas.
Sociedades Bíblicas Lusófonas
Apesar de o cenário social, político, cultural e econômico dos
países de língua portuguesa serem tão distintos, as Sociedades Bíblicas
Lusófonas vêm fortalecendo os laços que as unem e rompendo as barreiras das
distâncias para encontrarem as soluções mais eficazes e adequadas de cumprirem
a missão de levar a Bíblia Sagrada para todas as pessoas numa linguagem que
elas possam entender.
O grande desafio é não só organizar e incrementar o sistema de
distribuição de Escrituras nesses países, mas também desenvolver folhetos,
porções e outros materiais bíblicos diferenciados, que ao mesmo tempo usem o
idioma comum e levem em conta as diferenças existentes em cada uma dessas
localidades.
Alguns dos países lusófonos como São Tomé e Príncipe, Goa, Cabo
Verde e Timor Leste, entre outros, não têm sua própria Sociedade Bíblica. E
esta também é mais uma meta das Sociedades Bíblicas Lusófonas: contribuir para
que esses países se organizem nesse sentido.
A LINGUAGEM
DE HOJE
Lançada no ano 2000,
a Bíblia Sagrada - Nova Tradução na Linguagem (NTLH)
mantém-se fiel aos textos originais - hebraico, aramaico e grego - e, ao mesmo
tempo, adota a estrutura gramatical e a linguagem falada pelo brasileiro.
Desenvolvida pela Comissão de Tradução da SBB, a NTLH é voltada às pessoas que
ainda não tiveram nenhum (ou pouco) contato com a Palavra de Deus e, por isso,
é muito indicada como ferramenta de evangelização.
Quando foi publicada a primeira edição desta Bíblia, em 1988,
imediatamente a Comissão de Tradução da SBB continuou o trabalho de
acompanhamento e revisão da tradução, prestando atenção às sugestões e críticas
que surgiam e procurando aperfeiçoar o trabalho realizado. Além disso, a Língua
Portuguesa, por ser uma língua viva, continuou a sofrer mudanças significativas
desde o lançamento da publicação. Assim, depois de doze anos dedicados a
pesquisas profundas e revisões, a SBB lançou a Nova Tradução na Linguagem de
Hoje (NTLH). Esta edição é, na verdade, uma revisão da Bíblia na Linguagem de
Hoje, já conhecida desde 1988. Porém, a NTLH recebeu uma revisão tão profunda
que pode ser considerada, realmente, como uma nova tradução das Escrituras
Sagradas.
Princípios da Tradução
Os princípios seguidos nesta revisão foram os mesmos que nortearam
o trabalho da primeira edição (Bíblia Sagrada na Linguagem de Hoje). A tradução
de João Ferreira de Almeida e também outras boas traduções existentes em
português seguiram os princípios da tradução de equivalência formal. Já a NTLH,
norteou-se pelos princípios de tradução de equivalência funcional ou dinâmica.
A tradução de Almeida reproduz o sentido dos textos originais,
empregando palavras e estruturas em português que não são do domínio do povo
simples. Isso requer um domínio da Língua Portuguesa que está acima da média da
população brasileira. Já a NTLH, ao reproduzir o sentido dos textos originais em
hebraico, aramaico e grego, o expressa de maneira natural, assim como a maioria
da população brasileira fala, sem, no entanto, fazer uso de gírias e
regionalismos. A grande preocupação da Comissão de Tradução foi a de comunicar
a Palavra sem que esta perdesse o estilo bíblico.
Para se ter uma idéia, a tradução de Almeida tem 8,38 mil palavras
diferentes e a NTLH, 4,39 mil, o que a aproxima muito mais do vocabulário
dominado pelo brasileiro de cultura média. Para saber mais sobre a NTLH, clique
aqui.
Compares as Traduções
Tanto na tradução de Almeida quanto na NTLH a base bíblica é a
mesma, o que muda é apenas a forma de comunicar a mensagem. Compare algumas
passagens da tradução de Almeida, na versão Revista e Atualizada, com a Nova
Tradução na Linguagem de Hoje:
Romanos 5.1
RA: Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio
de Nosso Senhor Jesus Cristo.
NTLH: Agora que fomos aceitos por Deus pela nossa fé nele, temos
paz com ele por meio do Nosso Senhor Jesus Cristo.
Mateus
16.24
RA: Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após
mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.
NTLH: E Jesus disse aos discípulos: Se alguém quer ser meu
seguidor, esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto para morrer como
eu vou morrer e me acompanhe.
Salmos 16.5
RA: O Senhor é a porção da minha herança e o meu cálice; tu és o
arrimo da minha sorte.
NTLH: Tu, ó Senhor Deus, és tudo o que tenho. O meu futuro está
nas tuas mãos; tu diriges a minha vida.
I Coríntios
13.4-5
RA: O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não
se ufana, não se ensoberbece; não se conduz inconvenientemente, não procura os
seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal.
NTLH: Quem ama é paciente e bondoso. Quem ama não é ciumento, nem
orgulhoso, nem vaidoso. Quem ama não é grosseiro, nem egoísta; não fica
irritado, nem guarda mágoas.
Gênesis
1.1-2
RA: No princípio, criou Deus os céus e a terra. A terra, porém,
estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de
Deus pairava por sobre as águas. No começo Deus criou os céus e a terra.
NTLH: A terra era um vazio, sem nenhum ser vivente, e estava
coberta por um mar profundo. A escuridão corria o mar, e o Espírito de Deus se
movia por cima da água.
JOÃO
FERREIRA DE ALMEIDA
História
Entre a grande maioria dos evangélicos do Brasil, o nome João
Ferreira de Almeida está intimamente ligado às Escrituras Sagradas. Afinal, é
ele o tradutor (ainda que não o único) das duas versões da Bíblia mais usadas e
apreciadas pelos evangélicos brasileiros: a Edição Revista e Corrigida e a
Edição Revista e Atualizada, ambas distribuídas pela SBB. Se sua obra é
largamente conhecida, o mesmo não se pode dizer a seu respeito. O que se sabe
hoje da vida de Almeida está registrado na Dedicatória de um de seus livros e
nas atas dos presbitérios de Igrejas Reformadas do Sudeste da Ásia, para as
quais trabalhou como pastor, missionário e tradutor, durante a segunda metade
do século XVII.
Nascido na cidade de Torres de Tavares, em Portugal, Almeida
morreu em 1693 - na Batávia - atual ilha de Java, Indonésia. Com apenas 16
anos, João Ferreira de Almeida dá início à tarefa de tradução da Bíblia, a qual
se dedica até o final de sua vida.
Princípios da Tradução
Os princípios que regem a tradução de Almeida são os da
equivalência formal, que procura seguir a ordem das palavras que pertencem à
mesma categoria gramatical do original. A linguagem utilizada é clássica e
erudita. Em outras palavras, Almeida procurou reproduzir no texto traduzido os
aspectos formais do texto bíblico em suas línguas originais (hebraico, aramaico
e grego), tanto no que se refere ao vocabulário quanto à estrutura e aos demais
aspectos gramaticais.
Diferenças entre as Versões
Tanto a edição Revista e Corrigida quanto a Revista e Atualizada
foram constituídas a partir dos textos originais, traduzidos por João Ferreira
de Almeida no século XVII. As pequenas diferenças entre uma e outra edição
devem-se ao fato de os próprios originais em hebraico, aramaico e grego
trazerem algumas variantes e suportarem mais de uma tradução correta para uma
palavra ou versículo.
Porém, na essência as duas versões refletem o bom trabalho
realizado por João Ferreira de Almeida, o qual foi completamente fiel aos
textos originais das Escrituras Sagradas. Embora haja diferenças entre as duas
versões, as passagens centrais da fé cristã - que apresentam Jesus Cristo,
nosso Senhor e Salvador - são perfeitamente claras e concordantes em ambas.
Revista e Corrigida (RC)
A RC foi trazida para o Brasil pela Sociedade Bíblica Britânica e
Estrangeira, em data anterior à fundação da SBB. Naquela época, a tradução de
Almeida foi entregue a uma comissão de tradutores brasileiros, que foram
incumbidos de tirar os lusitanismos do texto, dando a ele uma feição mais
brasileira. Publicada em 1898, recebeu o nome de Revista e Corrigida.
Seguindo os princípios da equivalência formal, a RC é adotada por
inúmeras denominações evangélicas em países de língua portuguesa, especialmente
no Brasil e em Portugal.
As diferenças desta edição para a Revista e Atualizada se dão
basicamente no que se refere aos manuscritos originais disponíveis na época de
Almeida. Descobertas arqueológicas e estudos de teólogos e historiadores em
torno das Escrituras Sagradas tiveram grandes avanços desde o século XVIII até
os dias de hoje. Tais documentos não existiam à época de Almeida. Dessa forma,
a RC é a expressão dos textos originais com que Almeida trabalhou; não há nesta
versão indicações de textos sobre os quais os diversos manuscritos bíblicos
divergem.
Embora haja certas diferenças entre a RC e a RA, ambas têm seu
valor como traduções fiéis da Palavra de Deus de acordo com os textos originais
disponíveis na época de sua elaboração. Porém, não há diferenças entre os próprios
manuscritos que deponham contra a mensagem central da Palavra de Deus.
Revista e Atualizada (RA)
Quando em 1948,
a SBB foi fundada, uma nova revisão de Almeida,
independente da Revista e Corrigida, foi encomendada a outra equipe de
tradutores brasileiros. O resultado desse novo trabalho, publicado em 1956, é o
que hoje conhecemos como a versão Revista e Atualizada.
Conservando as características principais da tradução de
equivalência formal de Almeida, a RA é o resultado de mais de uma década de revisão
e atualização teológica e lingüística da RC. Igualmente fiel aos textos
originais, a linguagem da RA é viva, acessível, clara e nobre. Sua revisão foi
feita à luz dos manuscritos bíblicos melhor preservados.
Em 1993, A
RA passou por uma segunda revisão, afinando ainda mais o texto bíblico aos
textos originais em hebraico, aramaico e grego.
Confrontando a tradução de Almeida, que resultou na versão Revista
e Corrigida, com os novos manuscritos encontrados, os editores da RA decidiram
indicar os textos em que um ou mais manuscritos não tinham consenso. Tais
textos foram colocados entre colchetes, como é o caso da mulher adúltera, o
qual permanece na Bíblia Sagrada por ser mencionado em grande número de
manuscritos antigos e também por não contradizer em nada os demais ensinamentos
das Escrituras Sagradas. É importante frisar que os textos-chaves das
Escrituras Sagradas, os que dizem a respeito à salvação em Cristo Jesus , não
apresentam qualquer tipo de dúvida.
História da Sociedade Bíblica do Brasil
Com o final da II Grande Guerra, em 1945, um clima de otimismo e
esperança se espalhou pelo mundo. No Brasil, também houve um cenário favorável
ao crescimento da distribuição da Bíblia. É nesse período que surge a Sociedade
Bíblica do Brasil, uma entidade criada por destacados líderes cristãos. Tendo
como lema "Dar a Bíblia à Pátria", a SBB é fundada em 10 de junho de
1948, no Rio de Janeiro. A partir de então, assume as atividades de tradução,
produção e distribuição da Bíblia em todo o território brasileiro.
A SBB faz parte das Sociedades Bíblicas Unidas (SBU), uma
fraternidade mundial de entidades, criada, em 1942, na Inglaterra, com o
objetivo de facilitar o processo de tradução, produção e distribuição das
Escrituras Sagradas, por meio de estratégias de cooperação mútua. Hoje, as SBU,
congregam 137 Sociedades Bíblicas, atuantes em 200 países e territórios. São
orientadas pela missão de promover a maior distribuição de Bíblias possível,
numa linguagem que as pessoas possam compreender e a um preço que possam pagar.
Além do trabalho na área de tradução e publicação de Bíblias, a
SBB se destaca por sua atuação no campo da ação social. Desde 1962, quando
criou o barco Luz na Amazônia, para prestar assistência espiritual e social aos
ribeirinhos, a SBB vem desenvolvendo inúmeros programas sociais de abrangências
regionais - como os implantados no município de Barueri e na Amazônia - e
nacionais, com foco nos estudantes da rede pública de ensino, presidiários,
enfermos e deficientes visuais.
Sua natureza filantrópica e social é amplamente reconhecida pelos
órgãos oficiais brasileiros. Em 1967, o Governo Federal concedeu-lhe o título
de Entidade de Utilidade Pública. Desde 1975, é portadora do certificado de
Entidade Filantrópica. Em 1998, foi declarado de Utilidade Pública, pela
Prefeitura Municipal de Barueri (SP), município onde está localizada sua Sede
Nacional. E, em 1999, recebeu o certificado de inscrição no Conselho Municipal
de Assistência Social e o Governo do Pará declarou-a Entidade de Utilidade Pública
Estadual.
Missão
A Sociedade Bíblica do Brasil é uma entidade sem fins lucrativos,
de natureza religiosa, social, filantrópica e cultural. Sua finalidade é
traduzir, produzir e distribuir a Bíblia, um bem de valor inestimável, que deve
ser disponibilizado a todas as pessoas. A Bíblia é a Palavra de Deus, um
instrumento de transformação espiritual e social. Mas também é fonte de
conhecimento e educação: trata-se da base cultural e do pensamento filosófico
de toda a civilização ocidental. O Livro Sagrado contém, ainda, valores éticos
capazes de auxiliar na construção de uma sociedade mais justa, pacífica e
harmônica. Baseada nesses princípios, a SBB tem a seguinte missão:
"Difundir a Bíblia e a sua mensagem a todas as pessoas e a
todos os grupos sociais, como instrumento de transformação espiritual e social,
de fortalecimento de valores éticos e de desenvolvimento cultural."
Sociedade Bíblica do Brasil Hoje
Hoje, ao recurso da palavra impressa, vêm se juntar novas mídias,
capazes de multiplicar o alcance da Bíblia Sagrada. Os meios eletrônicos, com
sua infinidade de usos e variações, possibilitam que a Palavra de Deus chegue
instantaneamente a um antes inimaginável número de pessoas. Acompanhando esses
avanços tecnológicos, a SBB oferece o texto bíblico em formatos e modelos
variados - da Bíblia On-line, em CD-ROM, às publicações infantis, passando por
gravações dramatizadas do Novo Testamento em fitas cassete, CD e vídeo, além de
Porções e Seleções Bíblicas - impressas e em áudio - dirigidas aos mais diferentes
usos e públicos.
Seguindo o princípio das Sociedades Bíblicas Unidas, de oferecer a
Palavra de Deus numa linguagem que o povo possa compreender e utilizando
traduções absolutamente fiéis aos textos originais, a SBB criou uma Comissão
Permanente de Tradução, integrada por especialistas de diversas áreas. Hoje, a
SBB publica algumas das mais conhecidas traduções bíblicas em língua
portuguesa, como a de João Ferreira de Almeida e a Bíblia na Nova Tradução na
Linguagem de Hoje. Conheça, a seguir, algumas das mais importantes publicações
da Bíblia, produzidas pela SBB:
1956 - Versão Revista e
Atualizada da tradução de João Ferreira de Almeida.
1988 - Bíblia na Linguagem de
Hoje
1993 - 2a Edição da versão
Revista e Atualizada da tradução de João Ferreira de Almeida.
1995 - 2a Edição da versão
Revista e Corrigida da tradução de João Ferreira de Almeida.
1998 - CD-ROM Bíblia On-line
1999 - Programa A Fé Vem Pelo
Ouvir - Novo Testamento Dramatizado
2000 - Nova Tradução na
Linguagem de Hoje (NTLH)
A SBB produz, ainda, outras publicações voltadas à evangelização e
educação cristã, caracterizadas por apresentarem o texto bíblico sem
comentários de cunho doutrinário. Nas Sociedades Bíblicas, esse tipo de
material é chamado de Seleções e Porções Bíblicas.
Com o objetivo de alcançar um número cada vez maior de pessoas, a
SBB inaugurou, em 1995, a
Gráfica da Bíblia, o que resultou em um aumento na produção de Escrituras e
redução de seus custos, tornando-as ainda mais acessíveis à população de todo o
país.
Graças aos esforços empreendidos, a SBB, que em 1950 distribuiu
77,38 mil Bíblias, atingiu no ano 2002 uma distribuição de 4,02 milhões de
exemplares em todo o país.
Pb. Alessandro Miguel
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